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"-Can you tie a knot? - I can not knot! - You can not-knot? -Who's there? - Pooh!!! - Pooh who?"

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O Poder da Arte



"Até onde vai o poder da arte?

Poderá dar a mesma sensação do amor ou do sofrimento?

Pode mudar a nossa vida?

Pode mudar o mundo?




 

Olhem para este quadro, o que é que vêem um véu pendurado suspenso entre duas colunas, uma abertura que atrai ou nega a entrada, uma janela falsa? Para mim é um portal. Se alguns daqueles portais estão bloqueados, outros abrem-se para o espaço desconhecido de que Rothko falava. O lugar aonde só a arte pode levar-nos, para longe do ruído de interferência do momento e em direcção à música das esferas.

Tudo o Rothko fez a estes quadros, a forma tipo coluna mais sugerida do que desenhada, as manchas dispersas que  se destinavam a tornar a superfície ambígua, porosa, talvez suavemente penetrável. Um espaço que poderá ser donde viemos ou aquele onde iremos parar. Não se destinam a manter-nos de fora mas sim a abraçar-nos e isso de um artista para o qual o maior elogio era ser chamado de ser humano.

 

Poderá haver algo menos fixe do que este  do que esta sala no coração do Tate modern?

Mais longe do alvoroço da arte contemporânea, do corrupio frenético do agora?

Isto não tem que ver com o agora, tem que ver com o eterno.

É um lugar onde vimos para estar na penumbra e sentir a passagem das eras, para sermos levados até aos portões que dão para o limiar da eternidade, para sentirmos a pungência das nossas idas e vindas, das nossas entradas, das nossas saídas, dos nosso nascimento e mortes.

O ventre, o túmulo e tudo o que há entre os dois.

Poderá a arte ser mais completa, mais poderosa?

Eu acho que não."